Por: Priscila Edith – Estagiária do escritório Ribeiro & Albuquerque Advogados
Coordenação: Grupo de estudos de inovação e tecnologia do escritório Ribeiro & Albuquerque Advogados Associados.
Com o crescente aumento da população e a maior demanda na produção de alimentos, o setor do agronegócio teve que se adaptar, assim como todos os outros setores mercatis, à tecnologia. Essa adptação busca maior eficiência e qualidade nos produtos, e mesmo que aparentemente essas mudanças só atingiram os agricultores de larga escala, a agricultura familiar também sofreu impacto com as agrotechs.
O agronegócio no Brasil corresponde à 20% do PIB e é responsável por 50% das exportações, sendo o setor de maior importância econômica no Brasil. Conforme o Censo Agropecuário de 2017 realizado pelo IBGE, 77% dos estabelecimentos agrícolas do país foram classificados como agricultura familiar.Ou seja, os pequenos produtores são os maiores responsáveis pelo setor agro no país.
Mesmo sendo responsáveis por mais da metade da porcentagem apresentada, ainda fica a dúvida de qual foi o impacto da tecnologia na agricultura familiar, sendo esses impactos formas positivas de manter esses agricultores com suas rendas.
Apesar da economia estar passando por momentos de transformações, principalmente pela pandemia do Covid-19, há algumas iniciativas que estão promovendo ferramentas de startup a fim conseguir enfrentar essa nova realidade. Certas organizações, com parcerias com a Bayer, Sicred, Orbia entre outros, estão disponibilizando soluções para produtores rurais, para que de uma forma, consiga contribuir para produção e distribuição de alimentos para população, assegurando que a economia seja fortalecida e abastecida.
Iniciativas como essas, voltadas para o campo, tem crescido de forma a revolucionar a forma como os proprietários atuam em seus negócios e permitir que haja maior controle no desenvolvimento das atividades.
Apesar da movimentação economica, sendo clara a importancia do setor agro, as inovações surgem com iniciativas de grandes corporações, mas além disso, tem um grande vinculo familiar que normalmente estimula o crescimento contínuo desses produtores, em que produzem para que possam estudar seus filhos, filhos esses que retornam com ideias e motivações para transformar e ajudar a crescer.
Conforme pesquisa realizada pela Agtechgarage, as startups voltadas para o campo estão concentradas em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, e com os resultados positivos do agronegócio, as pessoas estão passando a digitalizar suas fazendas. Antigamente, um trabalho que necessitaria de uma mão de obra extensa e diversos trabalhadores , que poderia levar até mesmo dias, hoje pode ser realizada com maquinário automatizado e de uma forma muito mais simples e não necessáriamente acontece apenas com as grandes corporações, mas está acessível para os pequenos produtores, já que esse ramo de startup tem como principal proposta a solução de problemas específicos do cotidiano do produtor.
Dando um exemplo de agrotech, Solubio é um exemplo de startup que oferce uma tecnologia onde o agricultor pode produzir defensivos biológicos (que são produtos com base natural para combater insetos e doenças agrícolas) no próprio plantio, reduzindo até 40% dos custos de cultivo. São equipamentos automatizados para multiplicação de bactérias, customizadas de acordo com a necessidade de cada usuário.
Por fim, o setor que não pode parar é o do agronegócio, tendo em visto o cunho de abastecimento alimentar da população, e assim como todas as áreas sofreram o impacto da tecnologia, não deveria ser diferente para o agronegócio, principalmente para agricultura familiar, já que se trata de uma força impulsiona o país e é nesse setor que as agrotechs viram uma passagem para driblar as adversidades e permitir o avanço financeiro e tecnológico.