Por: Priscila Edith Fonseca Faria
Coordenação: Caroline Ribeiro Viana – Advogada do escritório Ribeiro & Albuquerque – Advogados Associados
O salto evolutivo que o mundo passou somente nas últimas décadas trouxeram diversas problematizações e mais outras milhares de possibilidades para solucionar todos esses problemas. A evolução tecnológica criou facilidades para o nosso dia a dia, as quais sequer notamos, até o momento em que este serviço/facilidade não está mais disponível.
Podemos utilizar como exemplo a possibilidade de trabalho remoto em meio a uma pandemia mundial, como a COVID-19, ainda que não tenha sido possível em todos os setores, evitou-se um colapso no setor econômico. Neste sentido, cumpre ressaltar que apesar das praticidades apresentadas pela tecnologia, houve relutância acerca da (re) evolução tecnológica, principalmente pela falta de confiança nas máquinas e insegurança para praticar determinadas atividades.
Apesar da relutância em permitir o mundo tecnológico, principalmente com os brasileiros em decorrência das tendências ao “classicismo”, a tecnologia não foi um vendaval que passou rapidamente, é uma realidade e necessária na vida de todos.
Não a utilizamos apenas por lazer, mas sim por ser essencial. Bancos, compras, encontros, aulas, todas as atividades praticadas através de um computador/celular, sendo possível apresentar mais inúmeras situações que são realizadas do sofá de casa. Essa transformação também se expandiu para o mundo econômico, no meio empresarial, com a criação de empresas Startups.
Com o advento das chamadas Startups, algumas atividades onde anteriormente era imprescindível a presença física, como abrir uma conta bancária, já pode ser realizada por intermédio de aplicativos e totalmente online, sem a necessidade de qualquer contato com algum funcionário da empresa de maneira presencial, tudo em poucos cliques/toques.
Além das contas bancárias, pode-se dizer que as atividades por aplicativos abrangem todos os setores da indústria, inclusive a compra de mantimentos básicos de supermercado. Um modelo de Startup que verificou a necessidade dos consumidores e se desenvolveu observando este setor é a Supermercado Now, a qual realiza compras personalizadas.
Essas empresas apresentam características singulares, entre elas a presença de investidores anjos, uma terminologia bem sugestiva, vez que nada mais são do que investidores em sua pessoa física, que observam naquela empresa um possível potencial para crescimento, se interessam pela tecnologia que a referida empresa desenvolve e investem patrimônio próprio. Um movimento atual onde as pessoas investem seu dinheiro para terminar com um montante maior ao final desse investimento e disso surgiu o termo empreendimento.
A educação financeira que incentiva a população a aplicar e a saber como fazer isso, e acaba tornando-se uma corrida para aquele que consegue aumentar ainda mais seu capital e localizar empresas com potencial de crescimento não apenas fins patrimoniais, mas ser capaz de transmitir conhecimentos para a evolução desse novo empreendimento, estar presente e ter seu nome presente no histórico de evolução da empresa.
Apesar de todas essas novidades e das possibilidades apresentadas pela tecnologia, ainda há muita insegurança jurídica, pois se trata de um segmento novo e como toda evolução precisa de adaptações, é necessário situações para que ocorra um movimento legislativo de proteção, tanto aos usuários, quanto aos seus empregados e empregadores e claramente, aos investidores.
E com todos os desafios e situações adversas, não há outra opção além de adaptar-se. Sempre houveram muitos desentendimentos quanto a possibilidade de automatizar situações corriqueiras, como no ramo jurídico com os processos eletrônicos, em que as pessoas ainda tem muita desconfiança com relação a não ter o contato físico direto com o que está acontecendo, e por maior que seja o medo, não há para onde fugir, e se por fim fugir e se perder, acaba-se pedindo um Uber.